O Yoga e a Respiração!
A vida começa e termina com o ato de respirar: seu primeiro contato com o mundo físico é através da inspiração e assim segue até o último suspiro. A respiração é a vida em si, que flui com naturalidade e em poucos momentos reconhecemos o seu devido valor. Ao compararmos com outros elementos vitais para a nossa existência, certamente a respiração é o primordial: podemos ficar semanas sem nos alimentar, dias sem beber água, mas sem prana (energia) não é possível sobreviver.
Considerando nosso potencial vital, na maior parte do tempo respiramos de forma superficial e limitada, utilizando uma pequena parte da nossa capacidade pulmonar. Nosso ritmo respiratório corresponde ao nosso estado emocional: quando estamos calmos, a respiração é ritmada e profunda, quando estamos agitados, a respiração se torna rápida e curta.
No Yoga, utilizamos o pranayama para manipular e controlar o nosso ritmo respiratório, conseguindo através dessa técnica modificar e sutilizar nossas emoções.
De acordo com o Yôga antigo, o pranayama é definido como o processo de expansão e domínio da bioenergia no corpo humano, através de movimentos respiratórios conscientes e estruturados. A palavra deriva de dois termos sânscritos: prana, que significa força vital, energia e vitalidade, e ayama, expressão que denomina intensidade, dimensão e propagação.
As técnicas de respiração trabalhadas dentro de um sadhana (prática diária de Yoga) conseguem nos tornar conscientes de que a energia vital que compõem nosso corpo é a mesma que configura o Universo, nos mostrando outra dimensão da nossa própria existência. O prana permeia e movimenta o Universo: está na energia que o Sol produz, nos alimentos que ingerimos, na água que bebemos e em todo ar que respiramos. Por este motivo, o Pranayama também é utilizado em medicinas alternativas, como o Ayurveda, com fins de cura física, mental e emocional.
A boa notícia é que o pranayama pode ser executado por qualquer pessoa, sem necessariamente ser um praticante de Yoga. Devidamente orientado por um instrutor, pode-se atingir inúmeros benefícios, como a diminuição do estresse e depressão, melhora no sistema linfático e digestivo, auxilia a obter uma pele mais brilhante e viçosa (quando você respira melhor, fornece e distribui melhor o oxigênio por todo o corpo), diminuição da pressão arterial, auxilia na perda de peso , cria uma mente estável e controlada, melhorando significativamente a saúde geral do corpo e prolongando a vida do praticante.
O pranayama tem auxiliado também diversos atletas da natação, surf, artes marciais, alpinismo além de outras modalidades, por ampliar a capacidade pulmonar e expandir a consciência corporal, amenizando a ansiedade e administrando melhor as emoções. Quando a respiração se torna regular, conseguimos controlar os processos da mente já que consciência e emoção interagem respectivamente. O controle do prana é um conceito essencial dentro do Yôga: através do domínio dessa energia, conseguimos atingir o estado de consciência relativo à unificação do ser, objetivo que nos leva ao caminho do samyama (concentração, meditação e hiper consciência).
A expansão de prana no corpo do praticante começa pela execução de determinados exercícios, que concitem em dar a respiração um ritmo diferente conforme o objetivo da técnica: ora lenta e profunda, trazendo o praticante para um estado de concentração e observação, ora acelerada e vigorosa, trazendo vitalidade e disposição. Existe uma relação entre o ritmo respiratório e o estado de consciência. Caso queira entender melhor isso na prática, faça um teste: se esforce para se concentrar em algo e perceba como o ritmo da sua respiração diminui naturalmente. Enquanto ao se submeter a uma situação limite (correr, praticar uma atividade física de alta intensidade, se sentir ansioso ou nervoso) irá respirar de forma superficial e agitada.
E como já dizia um provérbio em sânscrito: “Respiração é vida. Se você respira bem, você vai viver por muito tempo sobre a terra”.
Namastê!
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